por João Samper
“A independência de cada um de nossos países só estará completa quando toda a África for livre”, declaração do presidente de Gana, Kwame Nkrumah na abertura da conferência para a criação da Organização da Unidade Africana, realizada em 1963. Kwame foi um dos principais líderes do movimento pan-africano e tinha um sonho – unificar todo o continente.
“A independência de cada um de nossos países só estará completa quando toda a África for livre”, declaração do presidente de Gana, Kwame Nkrumah na abertura da conferência para a criação da Organização da Unidade Africana, realizada em 1963. Kwame foi um dos principais líderes do movimento pan-africano e tinha um sonho – unificar todo o continente.
(Foto de Kwame Nkrumah)
Durante
a Segunda Guerra Mundial, movimentos
políticos e sociais como o Quit
India, liderado por Mahatma Gandhi
e o Exército Nacional Indiano, liderado por Netaji Subhas Chandra Bose
se fortaleceram na luta pela independência britânica da Índia, até que em 1947,
com o fim da grande guerra foram criados os Estados independentes da Índia e do
Paquistão. O mesmo processo aconteceu na Palestina, com a saída dos ingleses da
região e a criação da Síria Palestina, que em seguida seria dividida com o
Estado de Israel. Com o colapso dos dois grandes impérios coloniais,
França e Grã-Bretanha, e a ascensão do processo de libertação da Índia, Paquistão
e Palestina, a libertação dos países africanos tornou-se inexorável. O primeiro
país da África negra a conquistar a tão sonhada independência foi Gana, em 1957,
localizada na Costa do Ouro.
(Mapa da África Colonial)
Ao
final da conferência realizada em Adis Abeba na Etiópia, 30 representantes das
nações africanas recém independentes, anunciaram a formação de um comitê pela
liberdade da África com sede em Dar-Es Salaam, na futura Tanzânia (estado
formado a partir da união da Tanganica e Zunzibar). O comitê foi criado com a
finalidade de arrecadar meios para equipar um exército de libertação capaz de
expulsar as forças estrangeiras que ainda ocupavam e oprimiam o solo africano,
tais como: Angola, Moçambique, Rodésia, etc.
Porém,
o fim do colonialismo não significou o início de uma África coesa em torno de
objetivos em comum. O mundo vivia o auge da Guerra Fria e as terras africanas
receberiam a influência das ideologias socialista e capitalista que
contribuiriam para fortalecer antigas rivalidades entre povos do continente
formado por cerca de 1000 línguas e 800 etnias, muitas das quais compartilhavam
do mesmo território e eram inimigas históricas. O legado colonial criou dentro
da África fronteiras artificiais e nenhuma formação técnico científica, além de
uma economia totalmente dependente da metrópole.
(A placa indica que o espaço é destinado apenas a pessoas brancas durante o Apartheid na África do Sul, legado dos brancos após independência. Mais um desafio a ser superado pelos povos africanos.)
Em
2002, a Organização da Unidade Africana foi substituída pela União Africana,
criada aos moldes da União Europeia, que tem como objetivo fortalecer a
economia dos países africanos e incentivar investimentos estrangeiros no
continente.
(Logo da União Africana. Site: http://www.au.int/en/)