No dia 22 de agosto de 1942, o governo brasileiro emite um comunicado oficial às forças do Eixo no qual declara: “Não há como negar que a Alemanha e a Itália praticaram contra o Brasil, atos de guerra, criando uma situação de beligerância que seremos forçados a reconhecer, em defesa de nossa soberania, da nossa segurança e da América, e a repelir, na medida de nossas forças”.
(O Brasil declara guerra)
Logo após a declaração de guerra, Getúlio Vargas recebeu telegrama do Presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt: “A solene decisão coloca o povo do Brasil ao lado dos povos livres do mundo, na infatigável luta que travam contra as depredatórias e desaforadas potências do Eixo”.
(Propaganda brasileira)
Ambas declarações são uma consequência direta do fundamento de seis embarcações brasileiras que navegavam nas águas costeiras do Brasil, torpedeadas por submarinos alemães e italianos, seus nomes eram: Baependi, Arará, Araraquara, Anibal Benévolo, Itagiba e o iate Jacira. A perda de vidas humanas alcançou 607 pessoas. Estas perdas levaram a manifestações de repúdio ao Eixo que se espalharam por várias cidades brasileiras, culminando com agressões físicas e verbais a cidadãos de origem alemã, italiana ou japonesa.
(Embarcação brasileira)
A declaração do estado de beligerância ao nazi-fascismo também é consequência da política externa do Brasil. Com a implantação do Estado Novo, em 1937, o governo de Getúlio Vargas tinha várias semelhanças com o fascismo de Benito Mussolini, figuras chaves como os generais, Eurico Gaspar Dutra e Goes Monteiro, além de várias civis influentes na política nacional, simpatizavam abertamente com o ideário nazi-fascista, que até meados da segunda guerra conseguia aumentar a sua influencia pelo mundo. Em 1940 o Brasil importou alguns equipamentos militares da Alemanha, em 1941, Vargas criticou as chamadas democráticas ocidentais, pelo seu “liberalismo imprevidente”.
(Charge em referência à evolução da imagem e política de Getúlio)
Mas, o curso da História foi alterado em função das perdas humanas provocadas pelos torpedos do Eixo e das pressões norte-americanas sobre a nossa economia e diplomacia, o maior aliado da potência do Norte era o ministro Oswaldo Aranha. Vargas se viu obrigado a mudar de rumo e acabou abraçando uma aliança com Franklin Roosevelt mas, teve a habilidade de conseguir facilidades financeiras para implantar o primeiro complexo siderúrgico em solo brasileiro, na região de Volta Redonda – RJ.
(Os presidentes Franklin Roosevelt e Getúlio Vargas no encontro
na cidade de Natal - RN em janeiro de 1943)
Apesar da Guerra ter sido declarada em agosto de 1942, somente em 30 de junho de 1944, o Brasil conseguiria mandar as primeiras tropas para o continente europeu, a Força expedicionária Brasileira (FEB), comandada pelo Gen. Mascarenhas de Morais, que se integrou ao 5º exército Norte-americano que lutava na Itália. Os pracinhas brasileiros, como eram chamadas os soldados da FEB, participaram de batalhas importantes, tais como: Monte Castelo e Montese, mostrando alta capacidade de adaptação e bravura em combate, também o primeiro grupo de caça “Senta Pua” da Força Aérea desempenhou o seu papel de forma eficaz.
(Símbolo do Senta a Pua)
Uma das consequências mais importantes para a História do Brasil, foi a mudança no pensamento político, que ao final da guerra alinhava-se cada vez mais com às democracias ocidentais.